domingo, 10 de julho de 2011

Sexo e literatura - Henry Miller

Sade, o Marquês do erotismo


A literatura tem o dom de tornar claras as questões mais complexas. Assim é com Sade. Aprendemos com o Marquês que nos subterrâneos do sexo, o prazer paga o pedágio da dor. Sade só escreveu nos períodos em que amargou penas de prisão. Quando estava livre, ocupava-se exercendo o sadismo.
Mas Sade nem sempre foi sádico. Chegou a escrever um livro de novelas chamado Estórias do Amor Negro, que apesar do título seguia o modelo de sucesso na época, na linha do Decameron. São contos eróticos, mas sem a marca sanguinária de Sade. Logo seus distúrbios de comportamento o levariam a tornar-se um inimigo da virtude, e então escreveu 120 DIAS DE SODOMA.
Esse livro permaneceu desaparecido por quase 300 anos. Sade morreu pensando que seu livro perdera-se na Bastilha, onde permaneceu preso por 2 anos. Foi um carcereiro, limpando a cela, que encontrou os minúsculos rolinhos de papel, onde estavam as mais de 300 páginas do livro.
Sade gabava-se de haver chegado ao limite com esse livro. Realmente, 3 séculos passados não se conhece outro texto de tanta contundência em sua descrição sobre os excessos da sexualidade. Sodomia (sexo anal), pedofilia e
macrofilia (sexo com crianças e velhos), e coprofilia (sexo entre fezes) são algumas das variações que Sade retrata.
A pergunta óbvia é: e para que? Bem, depois de Sade os hipócritas não podem ignorar essa faceta do homem, e conseqüentemente não podem fingir que são sádicos inocentes.