quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Analise do filme: Contos proibidos do Marques de Sade


Analise do filme: Contos proibidos do Marquês de Sade

OBS.:  analise enviada por um dos seguidores do blogger...é bom contar com a ajuda de voces sempre! 


Contos Proibidos do Marquês de Sade
Sinopse: Os limites de moralidade da sociedade sempre foram questionados, através da história. Em pleno século 18, em meio à Revolução Francesa, um dos mais perigosos dissidentes foi, sem dúvida, o Marquês de Sade, que originou o termo sadismo. Sade era uma pessoa contraditória, às vezes brilhante e sensível, outras, egoísta e demoníaco. Foi tão escandaloso que continua a chocar a todos no século 21 e seu legado ainda promove debates sobre o que fazer com aqueles que exploram alegremente os mais sinistros tabus. O verdadeiro Marquês de Sade nasceu em 1740 em Paris e viveu durante um dos períodos mais tumultuados da história da França. Ficou conhecido pela palavra cuja criação foi inspirada nele: o sadismo, referindo-se aos prazeres sexuais derivados da dor. Mas, Sade foi muito mais do que um experimentador sexual. Foi um escritor que ficou preso durante 27 anos pelo crime de escrever sobre o lado mais negro do ser humano. Em 1772, foi sentenciado à morte por crimes sexuais e escapou abertamente. Mais tarde, tornou-se um revolucionário e, novamente, escapou da guilhotina. Publicou romances eróticos, foi banido da administração de Napoleão e passou os últimos anos de sua vida num asilo. Marquês de Sade transformou-se num mito.

Analise do filme
O filme “Contos proibidos do Marquês de Sade”, mostra um escritor que recria a realidade, ou seja, transforma em ficção a vida de toda uma sociedade. Uma sociedade que esta “escondida” por medo de reprovações por parte da igreja, e por esse motivo reprime qualquer tipo de desejo, sentimentos mais ousados.
“O período em questão é propício a muitos questionamentos por se tratar da encruzilhada entre os períodos moderno e contemporâneo da história e, por enfocar um personagem e um tema tão polêmicos quanto o Marquês de S ade e o moralismo da sociedade francesa (de base cristã ocidental).”
http://www.adorocinema.com/filmes/contos-proibidos/contos-proibidos.htm

Os contos do Marquês são as vontades não só dele, mas também de muitas pessoas, que por medo de recriminações (como já dito) priva-se dos seus desejos. É bem mais fácil cometer “loucuras”, influenciado por um livro escrito por um louco e maníaco sexual, era assim que Sade era visto, do que por vontade própria. A culpa vai ser sempre de quem escreve.
Para o Marquês, a sua escrita, seus contos, eram sua liberdade, ele sentia prazer em escrever, em imaginar cada história, mas também em saber que pessoas iriam ler seus contos as escondidas, e que iam de alguma maneira ser influenciadas, despertadas por suas palavras. O Marquês sabia que dentro de uma sociedade reprimida havia desejos, e ele queria instigá-los, queria que o povo colocasse para fora o que realmente sentia, sem ter pudor, vergonha alguma de demonstrar seus sentimentos. Ele escrevia e sabia que aqueles desejos colocados no papel não eram somente dele, mas de toda uma sociedade hipócrita.

Elementos da narrativa:
Enredo:O enredo do filme gira em torno da censura empregada ao Marquês à sua literatura. A partir do momento que ele é preso no hospício várias narrativas se desenrolam, mas o clímax acontece quando ele perde todas as alternativas convencionais de escrita e a vida de todos a sua volta fica em perigo.

O ambiente:
O ambiente central do filme é o hospício onde o Marquês é internado.

O tempo:
O filme se passa durante a Revolução Francesa. Século XVIII.

Personagens:
*Marquês de Sade
*A lavadeira (Madeleine)
*Abade (Coulmier)
* O médico (Royer-Collard)
*Internos do hospício
*Esposa do médico
*Esposa do Marquês
*Mãe de Madeleine (cega)
*O cavaleiro

O filme é uma narrativa ficcional e verossímil.

Temática: AMOR
O filme mostra vários tipos de amor. O amor do Marquês pela literatura, do Marquês pela lavadeira, o amor de Abade pela lavadeira, o amor da lavadeira pelo Abade, da lavadeira pelo cavaleiro, da lavadeira pelos livros inclusive os do Marquês.
O Marquês ama tanto suas palavras, que abre mão de sua mulher, de sua vida, da sua integridade física para escrever. Quando voltamos o nosso olhar para o Marquês podemos verificar que nele existe a função de autor que se sobrepõe a ele mesmo, nem mesmo a manutenção da própria vida é mais importante para ele. A sua vontade de escrever contrapõe qualquer limite para tentar burlar os sistemas externos que tentam silenciá-lo, usando vinho, sangue e até suas fezes, para escrever, quando privado do papel e de penas, ele declara: "Minha escrita é involuntária, como os batimentos do meu coração. Minha ereção constante!". O Marquês vê a escrita como uma forma de libertação pessoal. É ou não é um ato de amor?
O amor do Marquês pela lavadeira, é um amor misturado ao desejo, já que para ele amor e desejo são praticamente a mesma coisa. Ele a amava principalmente porque ela gostava dos seus contos, dava importância para o que ele escrevia o que muita gente não fazia.
O amor de Abade pela lavadeira é o chamado amor puro e ao mesmo tempo proibido, por ele ser um sacerdote. Ele a admirava por ser trabalhadora, e ter um ar de pureza no olhar, mas também leva a perguntar se talvez ele a amasse somente por desejo, desejo de conhecer o que até então era desconhecido para ele, e como Madeleine era uma mulher que vivia mais próxima a ele, ele a amava de alguma maneira.
O amor da lavadeira por Ab ade, é um amor também puro, e protetor, ela via em Abade alguém que a protegia, que queria o seu bem. Sem citar também na beleza que Abade possuía.
O amor da lavadeira pelo cavaleiro, era o amor fugitivo, a vontade dela era subir no cavalo e sair com ele pelo mundo. Um estranho que tinha o ar de liberdade. Era isso que ela queria, sair daquele sanatório, daquela vidinha de sempre, por isso ela gostava dos contos do Marquês, porque os contos quebravam as regras.O amor da lavadeira pelos livros do Marquês, como já disse anteriormente, ela queria liberdade, algo que quebrasse as regras, e era isso que os contos proporcionavam a ela, aventura,o secreto,o proibido. Ela era uma moça simples mas, sabia muito bem a diferença entre o certo e o errado, e o Marquês não consegue mudar isso. Ela admira e respeita o Marquês, um homem muito inteligente, mas não está apaixonada por ele.


3 comentários:

Jess - HQ NARUTO disse...

Muito boa essa análise, perfeita. Estou fazendo um trabalho de Filosofia e precisava escrever sobre a Ciência(s) na Literatura, usando como exemplo, este filme.
Parabéns pelo post.
Me ajudou muito.

Ailandson disse...

É interessante ressaltar que o filme transposto a nosso tempo, nos faz refletir sobre o padrão de moralidade impostos a nós hoje, talvez não com a mesma brutaliadde, vileza como o foi no século XVIII e nem com o mesmo inimigo - A igreja e o Imperialismo Napoleônico. No entanto vemos que o inimigo hoje está camuflado ne um estado democrático de direito, trabalhando ardíl e sutilmente nos impondo regras de conduta, de vivência fazendo-nos refém de um grande sanátorio muito pior do que aquele em que se encontrava o marquês de sade, pois, o dele era trasparente o que de certa forma dava um ar de tranquilidade pra ela, de saber o seu proposito tererno, agora, nós hoje em dia perdidos nessa ilusão, acabamos muitas vezes perdendo a nossa hombridade, virtude por conta de um torpe e vil ideal burguês sabe lá de quem. Devemos, assim como o fez, O Marquûes, nos libertar das garras midiáticas, desse estado liberal e ao mesmo totalitário, dessa ditadura do entretenimento que cada vez mais no corroi, ao ponto de passarmos a vida como meros figurante dentro de uma opera enorme e gigantesca regida pela "mal".

Ailandson disse...

É interessante ressaltar que o filme transposto ao nosso tempo nos faz refletir sobre o padrão de moralidade imposto a nós hoje, talvez não com a mesma brutalidade, vileza, como o foi no século XVIII e nem com os mesmos inimigos quais sejam: _ A igreja e o Imperialismo Napoleônico. No entanto, vemos que o inimigo hoje está camuflado num estado democrático de direito, trabalhando com ardileza e sutilidade, nos impondo regras de conduta, de vivência, fazendo-nos refém de um grande sanatório muito pior do que aquele em que se encontrava o Marquês de Sade, pois, o dele era transparente o que de certa forma dava um ar de tranqüilidade a ele, de saber o seu propósito terreno, agora, nós hoje em dia, perdidos nessa ilusão, acabamos muitas vezes perdendo a nossa hombridade, virtude, por conta de um torpe e vil ideal burguês sabe lá de quem.

Devemos, assim como o fez, O Marquês, nos libertar das garras midiáticas, desse estado liberal e ao mesmo totalitário, dessa ditadura do entretenimento que cada vez mais no corrói, a ponto de passarmos a vida como meros figurantes dentro de uma opera gigantesca regida pelo "mal" do capitalismo moderno.